Bandeira da Coreia do Norte
Bandeira da Coreia do Norte | |
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Aplicação | |
Proporção | 1:2 |
Adoção | 10 de julho de 1948 (75 anos) (introduzida) 8 de setembro de 1948 (75 anos) (oficializada) 11 de maio de 1992 (31 anos) (readotada) |
Criador | Kim Il-sung (reivindicação oficial norte-coreana) |
Descrição | Duas faixas horizontais azuis separadas de uma larga faixa central vermelha delimitada por uma estreita faixa branca acima e abaixo; fora do centro em direção à haste há um círculo branco com uma estrela vermelha dentro. |
Tipo | nacionais |
A bandeira da República Popular Democrática da Coreia (também conhecida como Ramhongsaek Konghwagukgi; em coreano: 람홍색공화국기; literalmente "bandeira azul e vermelha da república") consiste de um painel central vermelho que contrasta, no topo e em baixo, com uma fina faixa branca e uma faixa azul mais ampla. O painel vermelho central da bandeira inclui no lado mais próximo da haste uma estrela vermelha de cinco pontas inserida num círculo branco. A bandeira foi introduzida em 10 de julho de 1948, dois meses antes da proclamação da República Popular Democrática da Coreia e foi oficializada mais tarde, em 8 de setembro de 1948.
A estrela vermelha simboliza as gloriosas tradições revolucionárias herdadas pela República. O painel vermelho simboliza o nobre espírito patriótico dos precursores revolucionários e do espírito combativo do povo coreano. As estreitas faixas brancas representam a homogeneidade da nação coreana, a sua longa história e a sua cultura resplandecente. As faixas azuis simbolizam o desejo de lutar até à vitória pela independência, pela paz e pela união com os povos progressistas do mundo.[1][2]
A bandeira da Coreia do Norte é proibida para uso público na Coreia do Sul devido à sua associação com o regime governante, embora existam algumas exceções para seu uso.[3][4]
Simbolismo
A bandeira nacional norte-coreana é oficialmente definida no artigo 170 do Capítulo VII da constituição norte-coreana:
"A bandeira nacional da República Democrática Popular da Coreia consiste em um painel central vermelho, delimitado tanto acima quanto abaixo por uma estreita faixa branca e uma larga faixa azul. O painel central vermelho tem uma estrela vermelha de cinco pontas dentro de um círculo branco perto do mastro.
A proporção entre a largura e o comprimento é de 1:2."[5]
O elemento proeminente nas bandeiras da Coreia do Norte é uma estrela vermelha, que é um símbolo universal do comunismo e do socialismo,[6] embora desde a adoção da bandeira, a aplicação da filosofia de natureza marxista-leninista do Juche tenha substituído a autoridade comunista como a ideologia guia do estado, e referências ao comunismo tenham sido sistematicamente removidas da constituição do país e de outros documentos legais.[7] De todo modo, a constituição segue afirmando-se de natureza socialista.[8] Apesar das muitas mudanças na constituição, a descrição da bandeira tem permanecido a mesma.[9]
A página da associação pró-Coreia do Norte "Korean Friendship Association" indica que, pelo contrário, a estrela vermelha representa as tradições revolucionárias e o painel vermelho é um indicativo do patriotismo e determinação do povo coreanos. As faixas brancas simbolizam a unidade da nação coreana e sua cultura. As faixas azuis representam o desejo de lutar pela independência, paz, amizade e unidade internacional.[6][10]
De acordo com um texto oficial norte-coreana publicada no Rodong Sinmun,[11] Kim Il-sung deu o seguinte significado aos elementos da bandeira:
A cor vermelha da bandeira simboliza o fervor anti-japonês, o sangue vermelho derramado pelos patriotas coreanos e o poder invencível de nosso povo firmemente unidos para apoiar a República. A cor branca simboliza a linhagem única, terra única, linguagem única, cultura única de nosso país mono-étnico, que viveu em pureza. E o azul representa o rosto galante de nosso povo, simbolizando o espírito do povo coreano lutando pela paz e pelo progresso mundial.[11]
É possível que o designer original da bandeira tivesse um design vertical em mente. Na bandeira içada verticalmente, as listras azuis simbolizavam o Mar Ocidental da Coreia (Mar Amarelo) e o Mar Leste da Coreia (Mar do Japão) ao redor da Península da Coreia vermelha que é iluminada pela estrela comunista.[9]
As cores da bandeira norte-coreana – vermelho, branco e azul – são consideradas cores nacionais e simbolizam respectivamente: tradições revolucionárias, pureza, força e dignidade; e soberania, paz e amizade.[12]
Esquema de cores
O esquema de cores aproximado[13] é o seguinte:
Azul | Vermelho | Branco | |
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RGB | 2/79/162
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237/28/39
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255/255/255
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Hexadecimal | #024fa2ff
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#ed1c27ff
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#FFFFFF
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CMYK | 99/51/0/36
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0/88/84/7
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0/0/0/0
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Tratamento
De acordo com o especialista em Coreia e pesquisador Brian Reynolds Myers, na Coreia do Norte, a bandeira do Partido dos Trabalhadores da Coreia e do Comandante Supremo das Forças Armadas da Coreia são tratadas com mais reverência do que a bandeira nacional da Coreia do Norte, com a bandeira do Comandante Supremo sendo a mais elevada entre as três em termos de reverência.[14]
História
Contexto
No final do século XIX e início do século XX, a Península Coreana era governada por uma monarquia conhecida como o Império Coreano. Durante esse tempo, a monarquia coreana usava um bandeira hoje conhecida como Taegukgi como sendo sua bandeira nacional. Ela possuía um símbolo de yin-yang cercado por quatro trigramas. A bandeira Taegukgi permaneceu como o símbolo da Coreia após o Império do Japão ocupar e anexar a península coreana em 1910.[11]
Em 1945, a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim com a vitória dos Aliados e a derrota do Japão. Com os termos estabelecidos pelos Aliados, o Japão renunciou seu controle sobre a Península Coreana, com a União Soviética ocupando o lado norte da Coreia e o EUA ocupando o lado sul da península. A parte norte da Península Coreana passou a ser uma república socialista apoiada pela União Soviética após a restauração da independência da Coreia em 1945, e a bandeira Taegukgi passou a ser readotada lá.[11]
Início
Em 1947, os soviéticos se comunicaram através do major-general Nikolai Georgievich Lebedev [ru] para discutir se a bandeira Taegukgi deveria ser mantida na recém-fundada Coreia do Norte. O vice-presidente do Comitê Popular Provisório da Coreia do Norte, Kim Tu-bong, era a favor da manutenção da Taegukgi. No entanto, para Lebedev, o conceito da filosofia chinesa, no qual o design da Taegukgi se baseava, parecia uma bandeira supersticiosa medieval, então ele quis mudar para uma nova bandeira. Kim cedeu e, alguns meses depois, o design da nova bandeira foi ditado por Moscou, embora não se soubesse quem foi o oficial soviético que desenhou a bandeira. Antes de sua adoção formal, a Taegukgi permanecia em uso oficial.[11][15]
O design da bandeira foi divulgado, juntamente com um projeto de constituição, em 1 de maio de 1948.[16] Em 10 de julho de 1948, a nova bandeira foi aprovada pela Assembleia Popular provisória da Coreia do Norte. No mês seguinte, Kim, que anteriormente apoiava o design tradicional, escreveu um texto fundamentado sobre O Estabelecimento da Nova Bandeira Nacional e a Abolição da Taegukgi. Neste texto, ele explicou a decisão de adotar uma nova bandeira contra a vontade daqueles que favoreciam a antiga. Em termos de textos oficiais norte-coreanos, o relato de Kim é inequivocamente franco ao reconhecer a opinião pública dissidente. Em 1957, Kim Tu-bong foi expurgado por Kim Il-sung, que naquele tempo havia erguido um culto à personalidade. Qualquer menção do uso da Taegukgi foi removida de textos e foi retirada de fotografias por ordem de Kim Il-sung, que procurava monopolizar a história norte-coreana para servi-lo e servir a seu regime. As contas oficiais contemporâneas da Coreia do Norte atualmente afirmam que a nova e atual bandeira da Coreia do Norte foi projetada pessoalmente por Kim Il-sung.[11]
Uso em propaganda
Uma bandeira nacional norte-coreana de 270 quilos está localizada um grande mastro alto, localizado em Kijŏng-dong, uma suposta vila desabitada, no lado norte-coreano da Linha de Demarcação Militar na Zona Desmilitarizada da Coreia. O mastro da bandeira tem 160 metros de altura.[17] Nos anos 1980, o governo sul-coreano construiu um mastro de 98,4 metros de altura com uma bandeira da Coreia do Sul de 130 quilos em Daeseong-dong. O governo norte-coreano respondeu construindo este mastro ainda mais alto.
Bandeiras históricas e outras
Existem várias outras bandeiras conhecidas que foram usadas no regime norte-coreano. Existem as bandeiras do Exército Popular da Coreia e suas duas subdivisões, a Força Aérea Popular da Coreia e a Marinha Popular da Coreia, que seguem um design comum, mas com cores diferentes (azul e branco para a marinha norte-coreana e azul-escuro e azul-claro para a força aérea norte-coreana). Há também a bandeira do Partido dos Trabalhadores da Coreia, inspirada em bandeiras semelhantes de partidos comunistas, e uma bandeira para o Comandante Supremo das Forças Armadas, usada por Kim Jong-un, que tem o brasão do Comandante Supremo em um campo vermelho.
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Taegukgi por Park Yeong-hyo (setembro de 1882)
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Bandeira Usada Durante a Invasão Da Coreia Em (1905-1910).
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A bandeira da União Soviética, usada no norte da Coreia durante a ocupação soviética no norte da península, de outubro de 1945 a setembro de 1948
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A bandeira do Comitê Popular Provisório da Coreia do Norte (fevereiro 1946 — julho de 1948)
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Bandeira da Coreia do Norte de 1948 a 1992
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A bandeira do Partido dos Trabalhadores da Coreia
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A maneira correta de exibir verticalmente a bandeira do Partido dos Trabalhadores da Coreia
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O estandarte pessoal do Comandante Supremo das Forças Armadas da República Popular Democrática da Coreia
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A bandeira do Exército Popular da Coreia (1992 — 1993)
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A bandeira das Forças Terrestres da Coreia do Norte
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A bandeira da Marinha da Coreia do Norte
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A bandeira dos guardas norte-coreanos
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A bandeira naval norte-coreana
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A bandeira da Força Aérea da Coreia do Norte
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A bandeira da unificação da Coreia do Norte e do Sul
Ver também
Referências
- ↑ «A Bandeira Nacional da RDPC ~ InfoCoreia». infocoreia.blogspot.pt. Consultado em 7 de janeiro de 2016
- ↑ «Flag of North Korea». worldpopulationreview (em inglês). Consultado em 23 de julho de 2019
- ↑ «Seoul reminds citizens of North Korea flag ban». Reuters (em inglês). 12 de setembro de 2014. Consultado em 11 de junho de 2019
- ↑ «South Korea Makes Olympic Exception for North Korean Flag». aroundtherings.com. Consultado em 11 de junho de 2019
- ↑ «Capítulo VII, Artigo 170». Socialist Constitution of the Democratic People's Republic of Korea (PDF). Pyongyang: Foreign Languages Publishing House. 2014. ISBN 978-9946-0-1099-1 Emendado e complementado em 1 de abril, Juche 102 (2013), na Sétima Sessão da Décima Segunda Assembléia Popular Suprema.
- ↑ a b «North Korean Flag». web.archive.org. 18 de outubro de 2014. Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ DPRK “constitution”, North Korean Economy Watch » Blog Archive » No more “communism” in (11 de outubro de 2009). «DPRK has quietly amended its Constitution». Leonid Petrov's KOREA VISION (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ Socialist Constitution of the Democratic People's Republic of Korea. Pyongyang: Foreign Languages Publishing House. 2014
- ↑ a b Tertitskiy, Fyodor (agosto de 2016). «Star and Stripes: History of the North Korean Flag and its Place in State Ideology». Journal of Contemporary Korean Studies: 265–284
- ↑ «Democratic People's Republic of Korea_Ancient History». www.korea-dpr.com. Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ a b c d e f # (20 de junho de 2014). «Kim Tu Bong and the Flag of Great Extremes». Daily NK (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ «East Asia/Southeast Asia :: Korea, North — The World Factbook - Central Intelligence Agency». www.cia.gov. Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ Obtido através do software Inkscape a partir da versão da bandeira em formato ".svg".
- ↑ «On the February 8 Parade and the Olympics — B.R. Myers – Sthele Press» (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2019
- ↑ North Korea: A Guide to Economic and Political Developments By Ian Jeffries
- ↑ Pringsheim, Klaus H. (1967). «North Korea Under the Hammer and Sickle: A Non-Marxist view». In: Shaffer. The Communist World: Marxist and Non-Marxist Views. Ardent Media. New York: [s.n.] OCLC 228608
- ↑ Potts, Rolf. Korea's No-Man's-Land. Salon, 3 de fevereiro de 1999
- ↑ a b Kariyasu, Nozomi. «The History of Taegeuk Flags» (PDF). International Congresses of Vexillology. Consultado em 21 de dezembro de 2019