Bernhard Wiegandt
Bernhard Wiegandt | |
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Nascimento | 13 de março de 1851 Colônia |
Morte | 28 de março de 1918 (67 anos) Bremen |
Residência | Colônia, Bremen |
Cidadania | Reino da Prússia |
Alma mater | |
Ocupação | pintor, ilustrador, cenógrafo, desenhista, artista gráfico |
Obras destacadas | Landscape |
Bernhard Wiegandt (1851-1918) foi um pintor, aquarelista, desenhista e cenarista[1] alemão, que ilustrou muitas paisagens. Ele veio para o Brasil em 1875 e tem alguns de seus quadros em exposição no Museu Paulista. Ele é um dos artistas mais reconhecidos pelo uso da técnica da aquarela.[1]
Assim como outros artistas da Europa, veio para o Brasil para ampliar seus conhecimentos sobre o movimento artístico do naturalismo.[2]
Biografia
O artista Bernhard Wiegandt nasceu em Colônia, na Alemanha, em 13 de março de 1951.[3]
No começo de sua carreira, Bernhard pintou cenários para para teatros em Berlim e em Hannover.[3]
Wiegandt veio para o Brasil em 1875, onde ficou até 1880, durante esse período no país, realiza algumas de suas obras.[1] Assim que chega ao país, fica com seu irmão, Conrad Wiegandt, no Pará, onde ele tem uma empresa de litogravura,[1] a C. Wiegandt & Meyer.[3] No Pará, o artista ilustrou o cartaz feito em comemoração à fundação de Belém.[3]
Em 1877, foi para o Espírito Santo, onde pintou uma paisagem da cidade de Vitória; além disso, realiza cerca de oito pinturas em aquarela sobre paisagens da Amazônia.[1] No ano seguinte, visita Teresópolis, no Rio de Janeiro, e também sua capital (Rio de Janeiro), e pinta diversas paisagens sobre os locais.[1]
Em 1879, Bernhard Wiegandt participa da 25° Exposição Geral de Belas Artes, expondo 15 obras.[1] Ele foi indicado à medalha de ouro pela comissão desta exposição, por suas belas paisagens e técnica de aquarela, que segundo os jurados, eram obras de excelente qualidade,[3] porém, recebeu apenas uma distinção honorífica.[1] Segundo a biografia do artista, realizada pelo Itaú Cultural, Bernhard não ganhou a medalha de ouro por influência de Bethencourt da Silva (1831-1911), que era professor do Liceu de Artes e Ofícios e também da Academia Imperial de Belas Artes, além de ser arquiteto.[1]
Nesta exposição, participaram também Vitor Meireles e Pedro Américo.[4] Das 15 obras de aquarela expostas por Bernhard, 12 são paisagens no Catálogo: estudo do Natural[4].
Ainda em 1879, algumas de suas obras são publicadas no livro de Herbert Huntington Smith (1851-1919), Brazil, the Amazons and the Coast.[1] Quando deixa o Brasil em 1880, realiza mais pinturas sobre vistas do Rio de Janeiro.[1]
Em 1881, Bernhard Wiegandt teve 12 obras expostas na Exposição de História do Brasil, no Rio de Janeiro.[1]
Continuou seus estudos sobre arte na Academia de Belas Artes de Munique em 1880.[5] Na Academia, Bernhard Wiegandt teve aulas com Julius de Benczur (1844-1920) e Ludwig Von Löfftz (1845-1910).[1]
Nos anos seguintes à 1882, Wiegandt deu aulas, juntamente com Fritz Makensen, para Paula Modersohn-Becker (1876-1907), uma das precursoras do expressionismo alemão.[6]
A partir de 1890, Bernhard reside em Bremen, onde realiza pinturas como retratos, paisagens, cartografias, entre outros trabalhos, para o parlamento.[1]
De 1893 a 1895, Bernhard Wiegandt instruiu um seminário para professoras em Bremen.[5]
Atualmente, vários de seus trabalhos estão na Câmara Municipal de Bremen.[3]
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Obra
Nas aquarelas de Bernhard Wiegandt há uma leve gradação das cores, além de extremo cuidado na reprodução dos diferentes tipos de vegetação.[1] O artista foi bastante reconhecido pelo uso da técnica da aquarela, além disso deve-se levarem conta a questão do estudo da arte de de técnicas de pintura ao ar livre.[4] Ele faz parte da segunda metade de artistas europeus do movimento naturalista.[2]
Segundo a autora Maria Elizabete Santos Peixoto,[3] enquanto Bernhard Wiegandt residiu no Brasil,” [...] pintou diversas aquarelas de excepcional valor paisagístico e de inestimável significado enquanto documento botânico relativo à flora local.”[3]
A obra de Wiegandt não representava o negro no Brasil e nem pode ser considerada uma pintura institucionalizada.[7]
Paisagens Brasileiras
Algumas de suas pinturas sobre paisagens brasileiras são a Rua Santo Amaro, Beneficência Portuguesa e Bairro do Flamengo Vistos do morro mundo novo,[8] de 1879, na qual usou a técnica de têmpera sobre tela;[8] e a obra Rua São Clemente, RJ,[9] de 1884, na qual aplicou a técnica de óleo sobre tela.[9]
Outras dua suas obras são: Serra dos Órgãos vista da Ilha do Governador (1880),[10] Vegetação tropical (1878)[10], Tijuca, Rio de Janeiro[10], Mulher brasileira com Pão-de-Açúcar ao fundo[10], entre muitas outras obras que pintou ao vir para o Brasil em 1875, utilizando a técnica do naturalismo.
Segundo a autora Sonia Gomes Pereira,[4] a obra Vegetação tropical (1878), hoje localizada na Pinacoteca de São Paulo, pode ser a pintura, Composição no caráter da vegetação do Rio Amazonas, presente no Catálogo: estudo do Natural, apresentado na 25° Exposição Geral de Belas Artes, em 1879.[4]
A outra paisagem que pode ter sofrido alterações em seu título é uma cena do Rio de Janeiro. A obra Tijuca pode ser Caminho da caixa d’água na Fábrica de Chitas, também do Catálogo[4]. A pintura Tijuca pode ser encontrada no acervo dos Museus Castro Maya.[4]
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Bernhard Wiegandt foi o primeiro artista a pintar as Cataratas do Iguaçu, no Paraná.[11] Realizada em 1888, a obra leva a técnica de óleo sobre tela e foi exposta recentemente na Coleção Brasiliana Itaú, no Espaço Olavo Setubal.[11]
Retratos
Dois retratos pintados pelo artista estão no Museu Paulista, em São Paulo. Um deles é o Retrato de Frederico Guilherme Warnhagen e o outro é o Retrato de Wilhelm Ludwig Von Eschwege[12] (Barão Guilherme de Eschwege).
Análise
Bernhard Wiegandt foi um dos artistas mais reconhecidos pelo uso da técnica da aquarela.[1] O artista também pintou muitas paisagens, inclusive cenas da natureza brasileira com todo seu aspecto exótico.[1]
Morte
Bernhard Wiegandt morreu em 1918, em Bremen, na Alemanha.[3]
Exposições
- 25ª Exposição Geral de Belas Artes, de 15 de março de 1889 a 18 de maio de 1889, Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, RJ. Ele foi indicado à medalha de ouro pela comissão julgadora, mas recebe apenas uma distinção honorífica.[13]
- Exposição de História do Brasil,1881, no Rio de Janeiro, RJ.[1]
- Quadros Oitocentistas Brasileiros e Europeus, 1979, no Rio de Janeiro, RJ.[14]
- O Rio é lindo: a paisagem carioca no acervo do Banerj, 1985, no Rio de Janeiro, RJ.[15]
- Pintores Alemães no Brasil durante o Século XIX, 1989, Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, SP.[16]
- O Rio de Janeiro de Machado de Assis, de 17 de outubro de 1989 a 03 de dezembro de 1989, Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, RJ.[17]
- O Brasil dos Viajantes, de 20 de outubro de 1994 a 18 de dezembro de 1994, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, em São Paulo, SP.[18]
- O Brasil dos Viajantes, de 26 de janeiro de 1995 a 1 de abril de 1995, Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Portugal.[19]
- Visões do Rio, de 21 de junho de 1996 a 21 de julho de 1996, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, RJ.[20]
- O Brasil Redescoberto, de setembro de 1999 a novembro de 1999, Paço Imperial, no Rio de Janeiro, RJ.[21]
- A Paisagem Carioca, de 8 de agosto de 2000 a 17 de setembro de 2000, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, RJ.[22]
- O Café, de 28 de agosto de 2000 a 20 de outubro de 2000, Banco Santander, em São Paulo, SP.[23]
- Aquarela Brasileira, de 22 de maio de 2001 a 22 de julho de 2001, Centro Cultural Light, no Rio de Janeiro, RJ.[24]
- Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, de 30 de setembro de 2002 a 29 de dezembro de 2002, Solar do jambeiro, em Niterói, RJ.[25]
- Amazônia, Ciclos de Modernidade, de 29 de maio de 2012 a 22 de julho de 2012, Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, RJ.[26]
- Rio de Imagens: uma paisagem em construção, de 1 de março de 2013 a 4 de agosto de 2013, Museu de Arte do Rio, no Rio de Janeiro, RJ.[27]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r Enciclopédia Itaú Cultural. «Wiegandt». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 21 de setembro de 2018
- ↑ a b «Novo museu trata da memória do Brasil». Gazeta do Povo
- ↑ a b c d e f g h i FHAB, ArteData ®. «Carlos Roberto Maciel Levy: Comemorações». www.artedata.com. Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ a b c d e f g Pereira, Sonia Gomes (21 de junho de 2018). Arte, Ensino e Academia:: Estudos e ensaios sobre a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.] ISBN 9788574788838
- ↑ a b Modersohn-Becker, Paula (1998). Paula Modersohn-Becker, the Letters and Journals (em inglês). [S.l.]: Northwestern University Press. ISBN 9780810116443
- ↑ Morales, Gladys Villegas. "Pintoras alrededor del expresionismo alemán." INVESTIGACIONES (2013): 62.
- ↑ «SILVA, Renato.Araujo.da.Arte.Afro.Brasileira.2016». Scribd (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ a b Cultural, Instituto Itaú. «Rua Santo Amaro, Beneficência Portuguesa e Bairro do Flamengo Vistos do morro mundo novo | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ a b Cultural, Instituto Itaú. «Rua São Clemente, RJ | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ a b c d «WIEGANDT, Bernhardt». brasilartesenciclopedias.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ a b «Espaço Olavo Setubal - módulo 6». www.itaucultural.org.br. Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ «Retrato de Wilhelm Ludwig Von Eschwege (Barão Guilherme de Eschwege)». Consultado em 24 de novembro de 2018
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Exposição Geral de Belas Artes (25. : 1879 : Rio de Janeiro, RJ) | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Quadros Oitocentistas Brasileiros e Europeus (1979 : Rio de Janeiro, RJ) | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
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- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Rio de Imagens: uma paisagem em construção | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
Bibliografia
- PEREIRA, Sonia Gomes. Arte, Ensino e Academia:: Estudos e ensaios sobre a Academia de Belas Artes do Rio de janeiro. Rio de Janeiro, RJ, MAUAD Editora Ltda, 2016.
- MORALES, Gladys Villegas. Pintoras alrededor del expresionismo alemán. In: Investigaciones artísticas: poéticas, políticas e procesos. 2013, p. 62.
- Modersohn-Becker, Paula . The Letters and Journals. 1998, p. 438. ; “1893-95 Seminary for women teacher in Bremen; instruction with the painter Bernhard Wiegandt” Modersohn-Becker, Paula . The Letters and Journals. 1998, p. 542.
- PEIXOTO, Maria Elizabete Santos. Pintores alemães no Brasil durante o século XIX, Edições Pinakotheke, Rio de Janeiro, 1989, p.199-206.
- SILVA, Renato Araújo da. Arte Afro-Brasileira: altos e baixos de um conceito. São Paulo: Ferreavox, 2016, p. 27 e 28.