Carvão (filme)
Carvão | |
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Em inglês | Charcoal |
Argentina · Brasil 2022 • cor • 107 min | |
Direção | Carolina Markowicz |
Produção | Zita Carvalhosa |
Roteiro | Carolina Markowicz |
História | drama |
Música | Alejandro Kauderer |
Cinematografia | Pepe Mendes |
Edição | Lautaro Colace |
Companhia(s) produtora(s) | Superfilms Biônica Filmes Ajimolido Films |
Lançamento |
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Idioma | português e espanhol |
Carvão (em inglês: Charcoal[1]) é um longa-metragem dramático argentino-brasileiro lançado em 2022 dirigido e escrito por Carolina Markowicz.[2]
Sinopse
No interior de São Paulo, uma família camponesa luta para cuidar de seu patriarca doente; um dia, porém, um traficante argentino chega com uma oferta de dar-lhes uma quantia substancial de dinheiro, com a condição de permitir que ele mate o velho e tome seu lugar como parte de seus esforços para se esconder do processo criminal.
Elenco
- César Bordón - Miguel
- Rômulo Braga
- Jean de Almeida Costa - Jean
- Maeve Jinkings - Irene
- Camila Márdila - Luciana
- Aline Marta Maia - Juracy
- Pedro Wagner
Lançamento
O filme estreou no programa Platform Prize no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 11 de setembro de 2022.[3] Também foi anunciado como parte do programa Latin Horizons na 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián.[4]
Recepção
Para a Folha de S.Paulo, Inácio Araujo escreve que "Carvão observa um mundo de hipocrisia numa habitação rural, em um pequeno município, onde a vida, longe de idílica, é pautada por certa monotonia, por valores aparentemente sólidos" e destaca a "destruição moral" que direciona a narrativa; no entanto, aponta "uma ponta que fica solta no filme [...] o lado gay da história, que entra ali a fórceps, sem outro motivo aparente que não o de demonstrar que mesmo o mais profundo interior não tem nada da inocência mazzaropiana" e compara-o ao filme Mes petites amoureuses (1974), de Jean Eustache.[5] Para o mesmo jornal, Leonardo Sanchez avalia-o como "um relato ácido que tenta encapsular toda a perseguição conservadora que vem acontecendo contra a população LGBTQIA+ no Brasil".[6]
Em sua coluna no Splash UOL, Flávia Guerra afirma que o filme "traz nas suas entrelinhas o humor necessário para lidar com tantas situações absurdas que só quem vive no Brasil entende" e acrescenta que "o moralismo, a hipocrisia, a luta para sobreviver em um cenário duro e pobre ganham ares de comédia do absurdo com um quê que beira o sombrio em uma trama que envolve assassinato, ocultação de cadáveres e crime organizado".[7] O cineasta Eduardo Escorel, para a Piauí, escreve que "além da potência do roteiro, a fatura de Carvão tem múltiplas virtudes que incluem desde as magníficas locações bucólicas à ambientação criada pela direção de arte e todo o elenco, com destaque para Maeve Jinkings".[8]
Referências
- ↑ «TIFF 2022: Carolina Markowicz on CHARCOAL and the Absurdity of the Modern World». Cinema Tropical (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2023
- ↑ Holly Jones, "Urban Sales Swoops on Carolina Markowicz’s Toronto-San Sebastian Title ‘Charcoal’". Variety, 11 de agosto de 2022.
- ↑ Jeremy Kay, "Frances O’Connor’s ‘Emily’ to open TIFF Platform alongside films from Maïmouna Doucouré, Rima Das". Screen Daily, 3 de agosto de 2022.
- ↑ Eric Lavallée, "2022 San Sebastian: Barragán’s Octopus Skin, Markowicz’s Charcoal & Martelli’s 1976 Populate Horizontes Latinos". Ion Cinema, 11 de agosto de 2022.
- ↑ Araujo, Inácio (3 de novembro de 2022). «'Carvão' constrói retrato de família caipira sobre ideias preconcebidas». Folha de S.Paulo. Consultado em 31 de janeiro de 2024
- ↑ Sanchez, Leonardo (2 de novembro de 2022). «'Carvão' captura hipocrisia de conservadores com pai de família gay e mãe adúltera». Folha de S.Paulo. Consultado em 31 de janeiro de 2024
- ↑ Guerra, Flávia (31 de outubro de 2022). «Com humor e ironia, 'Carvão' retrata a hipocrisia do brasileiro». UOL. Consultado em 31 de janeiro de 2024
- ↑ Escorel, Eduardo (9 de novembro de 2022). «A misérie humana em cartaz». Piauí. Consultado em 31 de janeiro de 2024