Edifício Wilton Paes de Almeida
Edifício Wilton Paes de Almeida | |
---|---|
Edifício Wilton Paes de Almeida em setembro de 2016 | |
Terreno onde existia o edifício durante reforma em 2019 | |
Tipo | edifício |
Inauguração | 1968 |
Dissolução | 1 de maio de 2018 |
Área | 650 metro quadrado |
Administração | |
Proprietário(a) | União Federal |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | São Paulo - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo Conpresp |
O Edifício Wilton Paes de Almeida foi um prédio histórico localizado no Largo do Paiçandu, na cidade de São Paulo, Brasil.
Projetado no modernista pelo arquiteto Roger Zmekhol, possuía 24 andares e foi considerado um bem de interesse histórico, arquitetônico e paisagístico, o que garantia a preservação de suas características externas. Por tal razão, foi tombado pelo CONPRESP, em 1992.[1]
História
Sua construção ocorreu na década de 1960. Foi inaugurado em 1968, para ser a sede do conglomerado de empresas do político e empresário Sebastião Paes de Almeida, sendo batizado em homenagem ao irmão mais velho de Sebastião. O edifício ocupava um terreno de 650 m² e a área construída somava 12.000 m²; sua estrutura era metálica com lajes em concreto.[2] Entre as principais empresas que inicialmente ocuparam o prédio estavam a CVB – Companhia de Vitrais do Brasil,[3] Oleogazas, Socomin e agências do Banco Nacional do Comércio de São Paulo S.A. e do Banco Mineiro do Oeste S.A., nos quais Sebastião era acionista majoritário. Por dívidas com a Receita Federal, o edifício passou para propriedade do Governo Federal,[4] que utilizou o edifício como sede da Polícia Federal em São Paulo, entre 1980 e 2003, e também agência do INSS, no primeiro andar.[1][5] Depois da saída da Polícia Federal, o imóvel ficou abandonado e chegou a ser ocupado por movimentos sociais.
Arquitetura
O prédio definia-se como um exemplar da arquitetura modernista, com características do típico edifício miesiano. A estrutura em concreto armado consistia de pilares recuados,[6] sustentando lajes nervuradas em balanço, com bordas cada vez mais finas, chegando a 5cm nas extremidades. Em seção "H", os pilares também distribuíam a tubulação de ar condicionado embutida para todos os andares da construção.[7] Na fachada, a espessura fina das lajes possibilitou o uso de uma caixilharia de alumínio de espessura igualmente delgada fixando as lâminas de vidro verde, no conceito de "curtain wall", ou "pele de vidro".[8] Na face oposta à entrada, um bloco de circulação e serviços, com três elevadores e escadaria dava acesso aos níveis superiores. Uma majestosa escada circular compunha o visual do pavimento térreo.[9]
Incêndio e desmoronamento
Em decorrência de um incêndio, que iniciou-se na madrugada de 1° de maio de 2018, após 90 minutos sendo consumido pelas chamas, o "Wilton Paes de Almeida" desabou. No momento do incêndio e desabamento, 146 famílias do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD) moravam no edifício.[10]
O prédio ficava ao lado de um templo da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, que teve parte destruída com o desabamento.[11]
Ver também
Referências
- ↑ a b Cauê Muraro. «Edifício Wilton Paes de Almeida: prédio que desabou em SP foi projetado na década de 1960 e era patrimônio histórico». G1
- ↑ «Arquivo Arq». Arquivo Arq. Consultado em 1 de maio de 2018
- ↑ «Que saudade do Centro Antigo». São Paulo Minha Cidade
- ↑ «Moderno e pioneiro, prédio foi de sede da Polícia Federal a 'favela vertical'». Jornal Integração
- ↑ «Edifício com cenário digno da série 'Mad Men' está abandonado | São Paulo nas Alturas». VEJA SÃO PAULO
- ↑ Marcelo Lima, O Estado de S.Paulo (1 de maio de 2018). «Prédio que desabou em São Paulo era importante exemplar modernista». Estadao
- ↑ Revista Acrópole FAU-USP, Ano 27, Edição 323, pp. 34-37, Novembro 1965
- ↑ Daniel Pitta Fischmann. «Triste cronologia de um (belo) edifício». Vitruvius. Consultado em 2 de maio de 2018
- ↑ «Edifício com cenário digno da série 'Mad Men' está abandonado». Veja SP. 1 de março de 2018
- ↑ «Moradores do prédio que desabou em São Paulo pagavam aluguel». Metrópoles
- ↑ «'Praticamente sobrou o altar e a torre', diz pastor sobre igreja atingida pelos escombros de prédio no Centro de SP». G1