Galinha-d'angola

 Nota: "Numida" e "Pintada" redirecionam para este artigo. Para o povo antigo do Norte de África, veja Númidas. Para outros significados, veja Pintada (desambiguação).

Galinha-d'angola
No Parque Nacional de Serenguéti
No Parque Nacional Kruger
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante  (IUCN 3.1)[1]
Classificação científica
Domínio:	Eukaryota
Reino:	Animalia
Filo:	Chordata
Classe:	Aves
Ordem:	Galliformes
Família:	Numididae
Gênero:	Numida Linnaeus, 1764
Espécies:	N. meleagris
Nome binomial
Numida meleagris (Linnaeus, 1758)
Distribuíção natural. Introduzido em Cabo Ocidental, Madagascar e em outros lugares.
Sinónimos
Phasianus meleagris Linnaeus, 1758

A galinha-d'angola^[2] ou pintada-da-guiné (nome científico: Numida meleagris) é uma ave da ordem dos galináceos, originária da África e introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses, que a trouxeram da África Ocidental.

É a mais conhecida da família das aves Numididae, e o único membro do gênero Numida.

Trata-se de uma ave que, em geral, só realiza cruzamento com exemplares da própria raça. Por isso, os pintainhos resultantes do acasalamento entre galinhas-d’angola e galos de qualquer outra espécie não têm raça reconhecida, sendo identificados apenas como aves híbridas.^[3]

As Galinhas de angola são aves da família Numididae na ordem Galliformes. Eles são endêmicos da África e estão entre as aves galináceas mais antigas. Embora as espécies modernas de pintadas sejam endêmicas da África, a pintada com capacete foi introduzida como ave domesticada em muitos outros lugares.

Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: galinha-da-índia,^[4] galinha-da-numídia, galinha-da-guiné,^[5] estou-fraca,^[6] galinha-do-mato,^[7] capote,^[8] pintada^[9] e fraca.^[10]

Sendo que no Brasil dá, também, pelos seguintes nomes: angola, angolinha, angolista, galinhola^[11] (não confundir com a Scolopax rusticola, ave epónima, que com ela partilha este nome), guiné,^[12] capota,^[13] cocar, cocá, coquém, faraona, picota, sacuê e cacuê (em algumas regiões da Bahia).

Estes pássaros fazem ninhos no solo. A maioria das espécies de pintadas tem plumagem cinza escura ou enegrecida com manchas brancas densas, mas ambos os membros do gênero Agelastes não têm manchas. Embora várias espécies sejam relativamente bem conhecidas, a pintada emplumada e os dois membros do gênero Agelastes permanecem relativamente pouco conhecidos. Essas aves grandes medem 40–71 cm (15+1⁄2–28 pol.) De comprimento e pesam 700–1.600 g ). As galinhas-d'angola pesam mais do que os galos-d'angola, possivelmente por causa dos órgãos reprodutivos maiores da fêmea em comparação com os machos. Além disso, a presença de aglomerados de ovos relativamente maiores nas galinhas-d'angola de duplo propósito pode ser um fator que contribui para o maior peso corporal das galinhas-d'angola.Possui um capacete ósseo destacado sobre a pele desnuda, e penas pretas com pintas brancas.

Estes pássaros comem insetos, sementes, frutas, verduras, insetos, sapos, pequenas cobras e pequenos mamíferos. O líder do bando observa enquanto os outros comem, só depois de verificar que está tudo em ordem, é que começa a comer.

As galinhas de angola são ovíparas. As suas posturas são de até 40 ovos que são colocados em camadas, e só os ovos da camada superior acabam por eclodir. A incubação demora 26-28 dias. Quando são deixadas soltas, escondem os seus ninhos para botar os ovos em camadas, Ás vezes são ainda cobertos por palha ou outro material disponível.

As galinhas-d'angola são más mães, raramente entrando no choco. Fazem posturas conjuntas, com ninhadas de até quarenta ovos, dispostos em camadas. Desta forma, somente os ovos de cima recebem o calor da ave e eclodem. São inquietas e arrastam os pintos para zonas úmidas, podendo comprometer a sobrevivência deles. Em criações em cativeiro, é recomendável recolher os ovos e colocá-los em incubadoras ou fazê-los chocar por uma galinha. As pintadas jovens (chamadas keets) são muito sensíveis ao clima, especialmente às temperaturas frias.

As aves ficam nervosas facilmente. São extremamente agitadas, muitas vezes chegando ao stresse. São aves de bando: vivem em bandos, locomovem-se em bandos e precisam do bando para se reproduzir, pois só assim sentem estímulo para o acasalamento. E, como grupo, são organizadas. Cada grupo tem seu líder, o que é fácil de constatar no momento em que se alimentam: o líder vigia enquanto seus companheiros comem e, só depois de verificar que está tudo em ordem, é que começa a comer.

São aves rústicas e fáceis de criar, excepto num ponto: deixadas soltas, escondem os ninhos com o requinte de botar os ovos em camadas e ainda cobertos por palha ou outro material disponível.

A ave é conhecida no Brasil por vários nomes, dependendo da região, sendo chamada de capote, cocá, tô fraco (em decorrência do som característico, emitido pelas fêmeas das espécie) ou angolista, ou ainda de galinhola. Em hunsriqueano brasileiro, dialeto de origem germânica falada no Rio Grande do Sul, ela é chamada de perlhinkel (galinha de pérolas). É conhecida também por servir de oferenda em alguns rituais, especialmente para Oxum.^{[carece de fontes?]}

Todas as pintadas são sociais e normalmente vivem em pequenos grupos ou grandes bandos. Embora sejam monogâmicas, as espécies dos gêneros menos derivados Guttera, Agelastes e Acryllium tendem à poliandria social. As pintadas viajam atrás de animais de rebanho e sob tropas de macacos, onde se alimentam de esterco e de itens que caíram do dossel para o sub-bosque. Elas desempenham um papel fundamental no controle de carrapatos, moscas, gafanhotos, escorpiões e outros invertebrados. Devido à propagação da doença de Lyme por carrapatos, as pintadas são frequentemente mantidas fechadas. Elas arrancam vermes de carcaças e esterco. As pintadas selvagens são voadoras fortes. Os músculos do peito são escuros (metabolismo aeróbico), permitindo-lhes sustentar-se durante o voo por distâncias consideráveis ​​se forem pressionados com força.

Os incêndios em pastagens e arbustos são uma ameaça constante para eles, é a fuga mais eficaz para fugir. As galinhas-d'angola não são conhecidas por serem boas mães,[5] mas na natureza, o macho de galinha-d'angola pode ajudar a cuidar dos filhotes durante o dia, mantendo-os aquecidos e encontrando comida. Às vezes, mais de um macho ajuda a criar os filhotes. As pintadas (machos e fêmeas juntos) são bons pais. Durante o tempo quente, é improvável que o galo se sente nos keets durante a noite (deixando esse dever para a galinha), mas pode ajudar a galinha a mantê-los aquecidos à noite, quando as temperaturas caem abaixo de zero.

As pintadas podem ser treinadas para entrar em um galinheiro (em vez de empoleirar-se nas árvores) quando são muito jovens. Depois de eclodidos e prontos para deixar a chocadeira (cerca de três semanas), eles podem ser fechados em um galinheiro por pelo menos três dias para que aprendam onde fica a “casa”. Quando os pais da Guiné (que já estão empoleirados em um galinheiro) criam seus próprios filhotes, a galinha senta-se sobre eles ao ar livre à noite, mas então os pais ensinam os filhotes a também irem para o galinheiro à noite, por volta das três semanas de idade.

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  Galinha de Angola macho
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  Galinha de Angola fêmea
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  Galinha de Angola a tomar um banho de terra
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  Galinha de Angola juvenil
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  Galinha de Angola adulta
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  Bando de Galinhas de Angola
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  Bando de Galinhas de Angola a alimentar-se
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  As Galinhas de Angola podem ter várias cores
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  Galinha de Angola a preparar-se para dormir
• Galinhas de Angola numa árvore
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  Mesmo sendo más mães elas ás vezes chocam
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  Ossos da cabeça de um macho e uma fêmea de Galinhas de Angola
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  As ninhadas por vezes são muito grandes
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  As Galinhas de Angola voam melhor que as galinhas

Machos e fêmeas têm cantos diferentes, que podem ser usados ​​para diferenciá-los.Ao contrario das galinhas, as pintadas dão-se bem com um galo para cada galinha. Quando treinadas as pintadas atuam como um impedimento para as raposas.

As espécies de pintadas são encontradas em toda a África Subsaariana, algumas em quase toda a sua distribuição, outras mais localizadas, como a pintada emplumada no centro-oeste da África e a pintada abutre no nordeste da África. Eles vivem em habitats semiabertos, como savanas ou semidesertos, enquanto alguns, como a pintada-preta, habitam principalmente florestas. Alguns pousam no alto das árvores. pintada com capacete foi introduzida na África Oriental, América do Sul, Índias Ocidentais, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Índia, onde é criada como alimento ou animal de estimação.

A Pintada é criada principalmente como alimento, porque a sua carne é úmida, mais firme e magra que a carne do frango e tem um leve sabor de caça. Tem um pouco mais proteína do que o frango ou o peru, cerca de metade da gordura do frango e um pouco menos de energia alimentar por grama. Seus ovos são substancialmente mais ricos que os das galinhas.

Existem nove subespécies:

• Numida meleagris sabyi Hartert, 1919
• Numida meleagris galeata Pallas, 1767
• Numida meleagris meleagris (Linnaeus, 1758)
• Numida meleagris somaliensis Neumann, 1899
• Numida meleagris reichenowi Ogilvie Grant, 1894
• Numida meleagris mitrata Pallas, 1767
• Numida meleagris marungensis Schalow, 1884
• Numida meleagris damarensis Roberts, 1917
• Numida meleagris coronata Gurney, 1868

Referências

• BirdLife International (2004). Numida meleagris (em inglês). IUCN 2006. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2006. Página visitada em 03.11.2007.

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a Galinha-d'angola

• RIBEIRO, Maria das Graças; TELES, Maria Eloiza de Oliveira e MARUCH, Sandra Maria das Graças. Histologia e histoquímica do magno, um dos segmentos do oviduto de Numida meleagris (Linné) (Numididae, Galliformes). Rev. Bras. Zool. 1997, vol.14, n.1, pp. 213-219. ISSN 0101-8175 (Acesso em 09 de abril de 2013)]