John Barnett Humphreys
John Barnett Humphreys | |
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Nascimento | 1787 Londres |
Morte | 1858 Rio de Janeiro |
Cidadania | Inglaterra |
Ocupação | construtor naval, engenheiro |
John Barnett Humphreys (Londres, 1787 - Rio de Janeiro, 1858) foi um engenheiro naval e inventor inglês, pioneiro da navegação a vapor na Alemanha e no Brasil.
Pioneiro na Alemanha
Filho do negociante John Humphreys (1761-1818), sócio de casa comercial e de corretora de seguros em Londres, John Barnett acompanhou o pai em sua transferência para a Alemanha, pouco depois da falência da empresa da família na Inglaterra, em 1811. Baseados inicialmente em Hamburgo e depois em Leipzig, John e John Barnett Humphreys estabeleceram-se em Berlim em 1813, e obtiveram do governo da Prússia, em 12 de outubro de 1815, a primeira patente alemã de um barco a vapor, bem como a concessão para sua exploração no transporte fluvial entre Potsdam e Berlim.[1][2]
Em junho de 1816, os Humphreys abriram estaleiro em Pichelsdorf, a cerca de 12 km do atual centro de Berlim, e concluíram em setembro daquele ano o Prinzessin Charlotte von Preußen ("Princesa Carlota da Prússia"), primeiro navio a vapor construído na Alemanha. Com a morte do pai em janeiro de 1818, John Barnett assumiu o controle da recém-fundada Königlich Preußische Patentierte Dampfschiffahrts-Gesellschaft zu Berlin (Real Prussiana Companhia de Navegação Patenteada a Vapor de Berlim), que transportava passageiros e carga também no canal entre Berlim e Hamburgo, e inaugurou novo estaleiro em Potsdam, onde mais de dez embarcações de grande porte seriam construídas. Pressionada por antigas dívidas na Inglaterra e por dificuldades político-administrativas com as autoridades alemãs, que desejavam nacionalizar o setor, a empresa de Humphreys pediu concordata em 1824.[3][4]
Engenheiro em Southampton
Sem condições de permanecer na Alemanha, John Barnett regressou ao Reino Unido em meados da década de 1820 e fixou residência no porto de Southampton, um dos principais centros de construção naval da época. Trabalhou como engenheiro nos estaleiros de Northam e desenvolveu vários aprimoramentos para navios a vapor, muitos dos quais com patente concedida pelas autoridades britânicas.[5]
Pioneiro no Brasil
Em 1833, John Barnett Humphreys foi contratado para desenvolver projeto de navegação a vapor ao longo do rio Doce por empresa inglesa que buscava alternativas para o escoamento do ouro extraído em Minas Gerais. Depois de quase dois anos em viagem de campo, quando explorou o rio desde sua nascente em Minas até a foz no Espírito Santo, Humphreys elaborou projeto que previa a utilização de barcos a vapor especialmente desenhados para as condições da região. Com a aprovação do plano pelos acionistas, voltou a Southampton para iniciar em 1835 o trabalho de concepção e construção do vapor Rio Doce, concluído em 1840 com uma série de inovações. A bordo do Rio Doce, Humphreys chegou em definitivo ao Brasil no início de 1841 (a navegação no Espírito Santo, no entanto, não renderia os resultados almejados e seria abandonada em 1843).[6]
No Rio de Janeiro a partir de 1844, Humphreys associou-se a Irineu Evangelista de Sousa, depois Visconde de Mauá, como pioneiro da indústria naval brasileira. Chegou a fabricar barcos e motores a vapor na Ilha do Governador e prestou consultoria a inúmeros projetos de engenharia, entre os quais o da Companhia de Comércio e Navegação do Rio Mucuri, fundada por Teófilo Ottoni.[7] [8] Ao final da vida, concedeu ao Visconde de Mauá os direitos de exploração de um sistema de locomotivas a vapor em trechos íngremes.[9] John Barnett Humphreys faleceu no Rio de Janeiro em 10 de agosto de 1858.[10]
Referências
- ↑ The London Gazette, 11 de junho de 1811.
- ↑ The Gentleman's Magazine, 1818.
- ↑ Site "Berliner Dampfer".
- ↑ Tristan Micke: „Die ersten Dampfschiffe in Preußen“, 2007 (http://www.friedrichshagen.net/uploads/media/Herbstblatt_2007-0304.pdf Arquivado em 24 de setembro de 2015, no Wayback Machine.).
- ↑ The Edinburgh New Philosophical Journal, Vol. 28, Edinburgh, 1840 (S. 203), The London Journal of Arts and Sciences, and Repertory of Patent Inventions, Vol, 15, London, 1840 (S. 257), The Repertory of Public Inventions, New Series, Vol. 12, London, 1839 (S. 307)
- ↑ The Artizan, volume 11, 1853.
- ↑ Almanak Laemmert de 1852.
- ↑ Diário do Rio de Janeiro, 6 de agosto de 1862.
- ↑ Decreto nº 2.015, de 7 de Novembro de 1857.
- ↑ Livro de óbitos do Consulado Britânico no Rio de Janeiro, registro 1617/1858.