Lacrau-russo
Cocheiro-do-diabo | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Ocypus olens (O. F. Müller, 1764) |
O lacrau-russo (Ocypus olens), também conhecido como cocheiro-do-diabo ou besouro-de-cavalo, é uma espécie de escaravelho que pertence à família Staphylinidae.[1] Antes de ser incluído no género Ocypus, esteve previamente no género Staphylinus desde 1764.[2]
Etimologia
O epíteto específico vem do latim olens, que significa "olente" ou "que tem cheiro", e refere-se às duas glândulas odoríferas no abdómen deste insecto.[3] Este escaravelho tem sido associado ao Diabo desde a Idade Média, e daí vem o seu nome comum.
Subespécies
As subespécies incluem:[4]
- O. o. azoricus (Méquignon, 1942)
- O. o. olens (O. Müller, 1764)
Distribuição e habitat
Estes escaravelhos são muito comuns e apresentam uma distribuição cosmopolita, estando presentes desde a Europa ao Norte de África. Foram também introduzidos na América e em algumas regiões da Australásia.[2] Preferem normalmente áreas húmidas, e em Portugal podem ser encontrados practicamente durante o ano inteiro, apesar de terem actividade mais reduzida nos meses de Verão (Julho e Agosto). Durante o dia refugiam-se debaixo de troncos em decomposição, pedras ou folhagem.[3][5]
Descrição
Tem o corpo completamente negro e alongado, medindo aproximadamente 20–32 mm (0,8–1,3 in).[5][6] Os seus élitros (asas modificadas) são curtos e cobrem apenas o tórax, deixando os segmentos abdominais expostos. Apresenta uma musculatura abdominal muito desenvolvida e os segmentos abdominais estão recobertos por placas esclerotizadas. Podem voar, mas raramente usa as asas. O seu corpo está também recoberto de pelos finos e negros. Em situações de ameaça apresentam um comportamento de defesa, erguendo o seu longo abdõmen e abrindo as suas mandíbulas,[1] muito semelhante a um lacrau, e talvez por isso em algumas regiões de Portugal se chama a este escaravelho "lacrau russo".[3] Apesar de não ter esporão (como os lacraus), é bastante agressivo e pode morder com as suas mandíbulas, o que pode ser doloroso aos outros animais (humanos incluídos) atacados. Também emite um odor pestilento como mecanismo de defesa, odor esse proveniente das glàndulas situadas na extremidade do abdómen.[1]
Biologia e alimentação
É um predador de outros invertebrados (a sua dieta inclui minhocas, lesmas, aranhas, traças pequenas, bichinhos-da-conta, mas também carniça) e alimenta-se maioritariamente de noite.[3] Quando caça, a presa é apanhada com as mandíbulas que usa para cortar e manipular a comida convertendo-a, com a ajuda das pernas frontais, num bolo alimentar.[3] Esse bolo é mastigado, engolido e regurgitado (recoberto com uma secreção castanha proveniente do stomatodeum) continuamente até ser reduzido a um líquido que será, então, digerido. A pele (no caso das minhocas) e materiais mais duros (de artrópodes) não são ingeridos. A sua larva também é carnívora e apresenta hábitos alimentares semelhantes à forma adulta.[3]
Galeria
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Larva.
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Comportamento deimático (de ameaça).
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Forma adulta com as gândulas odoríferas visíveis.
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Adulto a predar uma minhoca.
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Comportamento deimático.
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Detalhe, vista lateral.
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Detalhe, vista frontal.
Referências
- ↑ a b c C. E. Nield (1976). «Aspects of the biology of Staphylinus olens (Müller), Britain's largest staphylinid beetle». Ecological Entomology. 1 (2): 117–126. doi:10.1111/j.1365-2311.1976.tb01212.x
- ↑ a b «Fauna Europaea». fauna-eu.org
- ↑ a b c d e f «Devil's coach horse - Bug Directory». Buglife
- ↑ ondrej.zicha(at)gmail.com, Ondrej Zicha;. «BioLib: Biological library». www.biolib.cz
- ↑ a b «Commanster». Consultado em 8 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2017
- ↑ «Species Ocypus olens - Devil's Coach Horse». bugguide.net