Em matemática, o método de Frobenius, referente a Ferdinand Georg Frobenius, é uma maneira de encontrar uma solução em série infinita de uma equação diferencial ordinária de segunda ordem da forma
![{\displaystyle z^{2}u''+p(z)zu'+q(z)u=0}](https://wikimedia.org/api/rest_v1/media/math/render/svg/1c5c703737b29b531171ed59fc61b8e19dec94cb)
sendo
e ![{\displaystyle u''\equiv {d^{2}u} \over {dz^{2}](https://wikimedia.org/api/rest_v1/media/math/render/svg/8e7c5b9f73fa78258800e490a63aa5c69bca673a)
nas vizinhanças do ponto singular regular
. Dividindo a expressão por
, obtém-se a seguinte equação diferencial:
![{\displaystyle u''+{p(z) \over z}u'+{q(z) \over z^{2}u=0}](https://wikimedia.org/api/rest_v1/media/math/render/svg/27ea866ba997d4285d0982d6b1ca3d9f2cfb1d11)
que não será solúvel pelo método das séries de potências se p(z)/z ou q(z)/z2 não forem analítica em z = 0. O método de Frobenius permite criar uma solução em série de potências para tal equação diferencial, contanto que p(z) e q(z) sejam analíticas em 0 ou, sendo analíticas em outro intervalo, contanto que os limites de p e q existam em z = 0 (e sejam finitos).
Explicação
O método de Frobenius afirma que existe um solução da forma:
Diferenciando em relação a
Substituindo na equação (1):
A expressão
é conhecido como polinômio indicial, que é quadrático em
Usando isto, a expressão geral do coeficiente
é dada por:
Estes coeficientes devem se anular, uma vez que a equção deve ser satisfeita:
A série formada pelos Ak acima,
satisfaz
Se
é uma raiz do polinômio indicial, então podemos construir uma solução para a equação. Se a diferença entre as raízes do polinômio indicial não é um número inteiro, então podem-se construir duas solução linearmente independentes para (1).
Pontos singulares regulares
Os pontos singulares da equação diferencial
são os pontos
onde
Se os seguintes limites existem[1]:
diz-se que o ponto
é um ponto singular regular.
Se
for um ponto singular regular, existirá pelo menos uma
solução da forma
A função
é analítica em
e podemos
admitir, sem perder nenhuma generalidade, que
é diferente de zero (se
for nula, fatoriza-se
e redefinem-se
e
ficando
diferente de zero). [1]
Isso implica que a constante
seja também diferente
zero:
As derivadas
e
são
Para calcular o valor do índice
primeiro observamos que
a seguir multiplicamos a equação diferencial por
e dividimos por P
No limite
e usando as constantes
e
definidas acima
Das equações obtemos:
Como
é diferente de zero,
deverá ser solução da chamada
equação indicial:
Para cada raiz real
da equação indicial substituímos as
séries para
e
na equação diferencial e
procedemos da mesma forma que no método das séries, para
calcular os coeficientes
[1]
Cada raiz conduz a uma
solução; se as duas soluções forem diferentes, a
solução geral será a combinação linear das
duas.
Solução em séries em pontos singulares
Em geral, cada raiz da equação indicial pode conduzir a uma solução em séries
de potências. No entanto, em alguns casos é possível encontrar apenas uma
solução. O teorema que se segue indica como determinar a solução geral por
meio de séries de potências.
teorema Frobenius
Se
e
são duas raízes da equação indicial (em
) de uma equação diferencial linear de segunda ordem com ponto singular em
existem três casos, a depender dos valores de
e
- Se
for diferente de zero e diferente de um número inteiro,
cada raiz conduz a uma solução diferente.
- Se
é possível obter uma única solução
a partir do
método de Frobenius. A segunda solução terá a forma:
onde a sucessão
deverá ser obtida por substituição de
na
equação diferencial.[1]
- Se
for um número inteiro, existirá uma solução
com a
forma usada no método de Frobenius. A segunda solução será:
onde
é uma constante.[1]
Nos casos em que
a segunda solução tem
também a forma do método de Frobenius, o qual implica que aplicando o
método de Frobenius é possível encontrar as duas soluções
e
linearmente independentes.
Quando
não é nula, o método de Frobenius
permite encontrar apenas uma solução e a segunda solução deverá ser
encontrada por substituição da forma geral de
na equação
diferencial.[1]
Com as duas soluções encontradas seguindo o método indicado pelo teorema de
Frobenius, a solução geral será:
Em alguns casos as condições fronteira exigem que
seja finita na origem o
qual implica
se
ou
já que nos dois casos a
segunda solução é divergente na origem.[1]
Se
é um inteiro e o método
de Frobenius conduz a uma única solução
será também nula e não
será preciso calcular
Referências