Públio Suílio Rufo
Públio Suílio Rufo | |
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Cônsul do Império Romano | |
Consulado | 41 d.C. |
Públio Suílio Rufo (em latim: Publius Suillius Rufus) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de novembro-dezembro de 41 com Quinto Ostório Escápula[1]. Famoso por suas perseguições políticas durante o reinado do imperador Cláudio e por ter se casado com a enteada do poeta Ovídio. Era filho de Vistília[nota 1], que teve sete filhos com seis maridos diferentes[nota 2], e por isso é meio-irmão de muitos personagens famosos da época, incluindo Cneu Domício Córbulo, cônsul em 39, e da imperatriz Milônia Cesônia, a quarta e última esposa de Calígula[2].
Carreira
Seu primeiro cargo conhecido foi questor de Germânico[3]. Para que Germânico pudesse ter um questor alocado em sua corte, ele precisava deter o poder de imperium, o que ele só conseguiria como cônsul — Germânico foi cônsul em 12 e 18 — ou se o recebesse explicitamente do Senado — ele foi procônsul em 14. Ronald Syme defende que o ano do questorado de Rufo foi 15 e afirma que ele foi pretor quatro anos depois[4].
Em 24, Rufo foi processado e condenado por aceitar suborno em troca de decisões judiciais favoráveis. Embora a primeira pena proposta tenha sido o exílio fora da Itália, ele acabou banido para uma ilha. Depois da morte de Tibério (37), Rufo retornou a Roma[3]. Durante o reinado de Cláudio, Rufo processou diversas pessoas em nome do imperador. Alguns dos alvos foram clientes de Caio Sílio. Numa tentativa de derrubar Suílio, Sílio exigiu que o Senado aplicasse a Lex Cincia, que proibia que advogados fossem recompensados com as posses do acusado depois de ganharem uma causa[5][6]. No fim, o imperador interveio e permitiu que Rufo coletasse um máximo de dez mil sestércios como pagamento por ter vencido o processo[7]. Outro alvo foi Júlia Lívia, filha de Druso e neta de Tibério, que irritou a imperatriz Messalina. Rufo a acusou de conduta imoral e conseguiu que ela fosse executada em 43[8]. Tácito fornece uma lista completa de suas vítimas: os consulares Décimo Valério Asiático, Quinto Fúcio Lúsio Saturnino e Cornélio Lupo; e "tropas de equestres romanos"[9].
Finalmente, o próprio Rufo acabou provando do seu veneno. Durante o reinado de Nero, Sêneca o processou. Segundo Tácito, Suílio foi condenado "com a perda de metade de suas posses, seu filho e sua neta recebendo permissão de receber a outra metade, e o que eles herdaram da mãe ou da avó deles isentados do confisco, Suílio foi banido para as ilhas Baleares [...] Rumores indicam que ele suportou o exílio solitário levando uma vida de abundância e amenidades"[6][9].
Família
Suílio se casou com a enteada de Ovídio[10]. Por causa do escândalo da queda de Messalina, o filho deles, Suílio Cesonino, foi exilado[6]. O outro filho, Marco Suílio Nerulino, foi cônsul em 50.
Ver também
Cônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Calígula III com Caio Lecânio Basso (suf.) |
Calígula IV 41 com Cneu Sêncio Saturnino |
Sucedido por: Cláudio II com Caio Cecina Largo |
Referências
- ↑ Paul Gallivan, "The Fasti for the Reign of Claudius", Classical Quarterly, 28 (1978), pp. 419, 424
- ↑ Plínio, História Natural VII.39
- ↑ a b Tácito, Anais IV.31.1
- ↑ Syme, "Domitius Corbulo", Journal of Roman Studies, 60 (1970), pp. 27f
- ↑ Tácito, Anais XI.5-6
- ↑ a b c Barrett, Anthony A. (1999). Agrippina: sex, power, and politics in the early empire. London: Routledge. p. 75. ISBN 041520867X
- ↑ Tácito, Anais XI.7
- ↑ Syme, The Augustan Aristocracy (Oxford: Clarnedon Press, 1986), p. 182
- ↑ a b Tácito, Anais XIII.42
- ↑ McKeown, JC (2010). Classical Latin: an introductory course. Indianapolis: Hackett. p. 161. ISBN 9780872208513
Notas
Bibliografia
- Rutledge, Steven H. (2001). Imperial inquisitions. Prosecutors and informants from Tiberius to Domitian. London: Routledge. p. 270–271. ISBN 0-415-23700-9