O desenvolvimento do PC-9 iniciou em 1982, visando modificar o PC-7 Turbo Trainer para disputar com aeronaves de treinamento mais avançadas, como o Embraer EMB-312 Tucano.[1] Após testes (muitos baseados em um PC-7 modificado), o novo PC-9 teve seu primeiro vôo em 7 de maio de 1984, sob os comandos do piloto de provas da Pilatus, Hans Galli.[1] O segundo protótipo do PC-9 voou em 20 de julho de 1984, já carregando aviônica que viria a ser utilizada na versão de produção da aeronave. A aeronave foi certificada em 1985.
A Pilatus (em conjunto com a BAE Systems) PC-9 chegou a ser oferecido como aeronave de treinamento para a Força Aérea Real (RAF), substituindo o Hunting Jet Provost, mas acabou sendo derrotado pelo Short Tucano em 1985. Da mesma forma, com apoio da BAE Systems, a Pilatus acabou vencendo um contrato com a Arábia Saudita no mesmo ano, vendendo 50 aeronaves.[1]
Descrição
Dois PC-9M do Corpo Aéreo Irlandes
O PC-9 tem muita semelhança visual com o PC-7, porém, somente compartilha 10% das peças com o PC-7.[1] O PC-9 é uma aeronave maior e mais pesada que o PC-7, tendo uma cabine de comando mais alta, com canopi maior, abrindo para a direita (ao invés do canopi deslizável do PC-7). O PC-9 é propelido por um motor turboélicePratt & Whitney Canada PT6A-62 (originalmente com 1.150 shp (860 kW), porém, a pedido da fabricante, o motor teve a potência diminuída para 950 shp (710 kW)), ligado a uma hélice Hartzell, quadripá, de velocidade constante. [1]
O PC-9 conta com freios aerodinâmicos, atuados por comando hidráulico e trem de pouso triciclo. A aeronave também conta com assentos ejetores Martin-Baker CH11A. Há seis hardpoints abaixo das asas (três em cada), com capacidade de carregar bombas, casulos de foguetes e casulos de metralhadora. Os hardpoints internos das asas também contam com a capacidade de carregar tanques destacáveis de 145 L e 248 L. [1]
Histórico Operacional
Austrália
Em julho de 1986, a Real Força Aérea Australiana assinou um contrato com a Pilatus para a aquisição de 67 aeronaves PC-9.[3] O contrato estipulava que 19 aeronaves seriam construídas pela Pilatus, na Suíça e as outras 48 seriam construídas na Austrália, sob licença da Pilatus, pela Hawker de Havilland.[4] Estas aeronaves tiveram seu primeiro voo em 19 de maio de 1987, sendo designadas PC-9/A. [3]
As primeiras duas aeronaves foram totalmente construídas na Suíça, sendo enviadas para a Austrália em dezembro de 1987, ainda com suas matriculas suíças. Outras 17 aeronaves foram transportadas em CKD para a Austrália, sendo montadas nas instalações da Hawker de Havilland e as últimas 48, foram totalmente construídas nas instalações da Hawker de Havilland, na Austrália.[3][4]
Estas aeronaves foram operadas na Central Flying School (CFS), na Base Aérea de East Sale, em Sale, pela No. 2 Flying Training School (2 FTS), na Base Aérea de Pearce, em Bullsbrook e pelo No.4 Squadron (4 Sq), na Base Aérea de Williamtown, em Newcastle. As aeronaves também foram utilizadas pela patrulha acrobática Roulettes de 1989 até 2019.[4][5]
Os PC-9/A foram substituídos pelo PC-21 em 2019, tendo sido retirados de serviço desde então.[6] As aeronaves forma postas a venda e leiloadas, tendo 26 unidades já sido vendidas para clientes civis.[4][7]
Um PC-9 da Força Aérea Suíça, carregando um casulo de guerra eletrônica Ericsson EriJammer A100
Suíça
A Força Aérea Suíça adquiriu 12 aeronaves em 1992, com a intenção de usá-las como rebocadores de alvos. Estas aeronaves foram equipadas com guinchos Southwest RM-24, podendo rebocar alvos até 3.5 km. Também havia provisões para carregar um casulo de guerra eletrônica sueco Ericsson EriJammer A100.[1] Estas aeronaves foram operadas até 2023, quando foram transferidas para as instalações da RUAG, em Lodrino, onde se encontram estocados e disponíveis para venda. [8]
Variantes
PC-9: Aeronave de treinamento básico biplace;
PC-9/A: Aeronave de treinamento básico biplace para a Real Força Aérea Australiana. 67 unidades construídas (19 na Pilatus e 48 na Hawker de Havilland) [1][9];
PC-9B: Aeronave de reboque de alvos para a Alemanha. Esta versão tem uma capacidade de combustível mais alta (podendo voar por 3h20min) e também conta com dois guinchos Southwest RM-24, podendo rebocar alvos até 3.5 km.
PC-9M: Aeronave de treinamento básico biplace. Versão modernizada do PC-9 original, lançada em 1997, com mudanças na fuselagem, asas e um motor mais potente;
Beech-Pilatus PC-9 Mk.II: Versão modificada do PC-9 original, para disputar o programa JPATS da Força Aérea dos Estados Unidos/Marinha dos Estados Unidos. Esta aeronave venceu a competição, dando origem ao Beechcraft T-6 Texan II.
Real Força Aérea Australiana: 67 aeronaves operadas de 1987 a 2019, denominadas PC-9/A. 19 aeronaves construídas na Suíça, pela Pilatus e 48 construídas na Hawker de Havilland, na Austrália. Substituídas pelo PC-21. [1]
Hardpoints: 6x (3 em cada asa) para casulos de metralhadoras, foguetes e bombas. Os cabides internos podem carregar até 250kg (550 lb) e os externos podem carregar 110kg (240 lb)