Ribeirinha (Horta)
Ribeirinha
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Freguesia | |
Gentílico | ribeirinhense |
Localização | |
Localização de Ribeirinha nos Açores | |
Coordenadas | 38° 35′ 26″ N, 28° 36′ 48″ O |
Região | ![]() |
Município | ![]() |
Administração | |
Tipo | Junta de freguesia |
Presidente | Paulo Jorge Mendonça Castelo (PS) |
Características geográficas | |
Área total | 11,27 km² |
População total (2021) | 404 hab. |
Densidade | 35,8 hab./km² |
Código postal | 9900-491 Ribeirinha HRT |
Outras informações | |
Orago | São Mateus da Ribeirinha |
Sítio | http://www.jf-ribeirinha.com |
Ribeirinha é uma freguesia portuguesa do município da Horta, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfície total de 11,27 km² com 404 habitantes (2021). Possuí uma densidade populacional de 35,8 hab/km². É constituída pelas povoações de Ribeirinha e Espalhafatos. A freguesia conta com 382 eleitores inscritos (Autárquicas 2005). A Sede de Freguesia dista 10 km a Norte da cidade da Horta.
Geografia
A freguesia é situada em terreno acidentado, rodeada por grandes elevações, é atravessada por 2 pequenas ribeiras, que fertilizam os seus campos agrícolas. As 2 povoações que constituem a freguesia estão encaixadas entre 2 serras, orientadas de Oeste para Leste. O complexo vulcânico da Ribeirinha é a parte mais antiga da Ilha do Faial.
A elevação a Sul da Ribeirinha, denominada Lomba Grande, tem uma altitude máxima de 543 metros, é parcialmente coberta por floresta com espécies naturais dos Açores. Dali se avistam paisagens de extraordinária beleza. A elevação que limita a freguesia a Norte, é chamada Lomba da Ribeirinha, com uma altitude máxima de 309 metros, na qual se desenvolve um planalto lávico - chamado Trás-da-Serra. Este planalto abriga a maioria dos melhores terrenos agrícolas e onde se encontram largas dezenas de atafonas de apoio à agricultura, construções típicas em pedra e diversos miradouros naturais. Defende-se que neste local, devido a todos estes fatores, se crie uma área de paisagem protegida.
População
Nº de habitantes / Variação entre censos [1] | ||||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 | |
1212 | 1196 | 1110 | 1002 | 1011 | 985 | 960 | 1031 | 1064 | 893 | 614 | 510 | 496 | 439 | 427 | 404 | |
-1% | -7% | -10% | +1% | -3% | -3% | +7% | +3% | -16% | -31% | -17% | -3% | -11% | -3% | -5% |
Grupos etários em 2001, 2011 e 2021
0-14 anos | 15-24 anos | 25-64 anos | 65 e + anos | |
Hab | 91 | 82 | 62 | 81 | 48 | 44 | 221 | 249 | 213 | 46 | 48 | 85 |
Var | -10% | -24% | -41% | -8% | +13% | -14% | +4% | +77% |
História, Monumentos e Museus
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O nome da freguesia deve-se à existência da pequena ribeira, a Ribeira da Ribeirinha, onde se encontram algumas nascentes. No passado, estas serviram para fornecer água à população, enquanto pequenas represas naturais dessa água também serviram de locais para lavar a roupa. O Porto da Boca da Ribeira, antigo cais piscatório, forma a extremidade Norte do Canal do Faial. O seu acesso é feito por um caminho estreito escavado na serra e paralelo à ribeira. A existência de balneários e de um parque de merendas tornam o local extremamente aprazível.
Diz a tradição, que os seus primeiros habitantes fundaram a povoação actual a mais de 2 km do mar, para se protegerem das frequentes incursões dos corsários e piratas. Esse era então o único acesso a partir do mar através da ribeira que era então vigiada e onde se planeavam ciladas aos invasores. Ainda hoje, um troço da ribeira é designado por Poceirão dos Mouros, nome que deriva do facto de piratas - que eram chamados de "Mouros do Canal" - aí terem ficado encurralados.
Segundo frei Diogo das Chagas, em 1643, a freguesia tinha 254 habitantes distribuídos por 71 fogos. ("Espelho Cristalino", pág. 478) A Igreja de São Mateus, cuja construção inicial é dada como anterior 1666. Actualmente se encontra em ruínas em resultado do violento Sismo de 9 de Julho de 1998.
Sobranceiro ao Canal do Faial fica o Farol da Ribeirinha, um dos marcos mais importantes desta área e rodeado por uma paisagem de grande beleza. É diversas vezes mencionado nas obras de Vitorino Nemésio, em especial em Mau Tempo no Canal, é um verdadeiro "ex-líbris" da freguesia que deve ser visitado. Amarisa em frente da Ribeirinha, em 21 de Maio de 1932, o gigantesco hidrovião Dornier Do X, de 12 motores, com destino a Vigo, na Espanha.
Nos Espalhafatos, onde vive cerca de 40% da população da freguesia, encontra-se a Igreja de Santo António. A capela começou a ser construída, em 1965, sendo inaugurada, em 1970. A origem do nome "Espalhafatos" remonta ao fim do Domínio Filipino, em 1640, quando os portugueses residentes nos Cedros expulsaram os espanhois da freguesia. Foram conduzidos à sua frente escoltados até ao Alto da Ribeirinha, o então limite da freguesia de Santa Bárbara dos Cedros. No regresso, encontraram algumas peças de roupas que os espanhóis tinham deixado para trás. Dai em diante, passaram a chamar aquele local, o sítio dos Espalhafatos.
O Farol assenta sobre uma torre quadrangular de alvenaria forrada de azulejo branco. Tem anexo um edifício de um pavimento, que servia para habitação dos funcionários. Começou a ser construído em Maio de 1915, tendo sido inaugurado em 1 de Novembro de 1919. Actualmente se encontra em ruínas em resultado do Sismo de 9 de Julho de 1998. O sismo teve o seu epicentro numa falha tectónica submarina, a cerca de 5 km da Ponta da Ribeirinha.
A demolição do edifício não se concretizou em 2001, graças a um Abaixo-assinado apresentado pela Liga dos Amigos do Farol. É seu objectivo preservar o património e reconstruir o Farol, para que se possa restituir a dignidade a um marco importante da história da freguesia e da ilha. Pretende-se criar na Ribeirinha um espaço digno para expor a óptica (a parte dos cristais) e a lanterna do Farol (a parte vermelha) - um património único do Mundo. Algumas peças mais antigas deste Farol foram confiadas à Casa do Povo da Ribeirinha, onde podem ser visitadas.
Tradições, Festas e Curiosidades
Sem resposta.
Economia
Em 1890, segundo o primeiro recenseamento-geral à população realizado oficialmente, tinha 1 112 habitantes. Um número que nunca foi ultrapassado. A partir daí, foi decrescendo. Ainda assim, em 1940, viviam aqui 1 031 pessoas. A emigração para o estrangeiro, devido às dificuldades sócio-económicas, ditou um acentuado decréscimo demográfico.
Ver também
- Tambroso
- Alto da Pedreira
- Ribeirinha (Ribeirinha Horta)
- Miradouro da Estrada Regional n.º 1 ao Ribeiro Seco
- Império do Divino Espírito Santo da Ribeirinha
Referências
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes