Rochedo Soguediano
Cerco do Rochedo Soguediano | |||
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Guerras de Alexandre, o Grande | |||
Localização aproximada da região de Soguediana
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Data | primavera de 327 a.C. | ||
Local | Soguediana, atualmente no Usbequistão | ||
Desfecho | Tomada da fortaleza por Alexandre | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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O Rochedo Soguediano ou Rochedo de Ariamazes era uma fortaleza no norte da Báctria, em Soguediana, governada por Ariamazes, que foi tomada pelas forças de Alexandre, o Grande no início da primavera de 327 a.C. durante a sua conquista do Império Aqueménida.[1][2] [nt 1]
Antecedentes
O líder local soguediano Oxiartes tinha enviado a sua esposa e filhas para se refugiarem na fortaleza, que se pensava ser inexpugnável e tinha aprovisionamentos para um longo cerco.[1][3][2] Antes do ataque, Alexandre ofereceu uma capitulação honrosa e segura aos sitiados, o que estes recusaram dizendo-lhe que seriam preciso homens com asas para tomar a fortaleza, por considerarem impossível serem derrotados, ainda para mais com a neve espessa que cobria as escarpas em cima das quais se erguia a fortaleza.[1][3]
Cerco
Alexandre pediu voluntários para escalarem os penhascos sob a fortaleza, prometendo recompensas. Entre as tropas de Alexandre havia cerca de 300 homens que tinha ganhado experiência de escalada de rochas noutros cercos. Usando estacas e cordas de linho, subiram as rochas à noite, tendo morrido na escalada cerca de 30 deles. Seguindo as ordens de Alexandre, sinalizaram o seu êxito às tropas abaixo agitando panos de linho e Alexandre enviou um emissário aos sitiados dizendo-lhes para olharem para cima e verificarem que ele tinha encontrado os seus homens alados. Os sitiados ficaram de tal forma surpreendidos e desmoralizados que se renderam, embora tivesem uma vantagem numérica de cem para um em relação aos escaladores de Alexandre e a força principal deste não tivesse como chegar ao subir. A rápida rendição do inimigo comprovou a perspicácia de Alexandre no uso da guerra psicológica.[1][2]
Rescaldo
Depois da conquista da fortaleza, Alexandre apaixonou-se imediatamente por Roxana, filha de Oxiartes, com quem se viria a casar. Os macedónios descreviam Roxana como a mulher mais atraente que tinham visto na Ásia à exceção da esposa do monarca aqueménida Dario III.[1]
Do Rochedo Soguediano, Alexandre avançou para Parsetacena, onde havia outra fortaleza com fama de inexpugnável no cimo duma escarpa, conhecida como Rochedo de Chorienes (o nome do seu governador),[4] que foi também rapidamente tomada.[5][6] Dali, Alexandre foi para Bactro, ao mesmo tempo que deixou o seu general Crátero com uma divisão do exército macedónio para completar a pacificação de Parsetakene. Alexandre permaneceu em Bactro, preparando a sua expedição à Índia através do Indocuche. Foi em Bactro que casou com Roxana.[4] Segundo outras fontes, Alexandre usou Maracanda (Samarcanda) e não Bactro como base das suas expedições militares entre 329 e 327 a.C. e é possível que as suas famosas festas com bebida abundante tenham ocorrido no que é hoje o sítio arqueológico de Afrassíabe.[7]
Notas
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Sogdian Rock», especificamente desta versão.
- ↑ Dado que a fortaleza se situava no hemisfério norte, deve ter ocorrido no primeiro quartel de 327 a.C.
Referências
- ↑ a b c d e Arriano 1958, 4.18.4-19.6.
- ↑ a b c Horn & Spencer 2012, p. 40.
- ↑ a b «Arrian on the Sogdian Rock» (em inglês). Livius.org. 2002. Consultado em 6 de novembro de 2020
- ↑ a b Grote 1856, p. 289, 290.
- ↑ Arriano 1893, Section 21: Capture of the Rock of Chorienes.
- ↑ Savill 1990, pp. 91, 92.
- ↑ «Maracanda» (em inglês). Livius.org. 1998. Consultado em 6 de novembro de 2020
Bibliografia
- Arriano (1958), «4.18.4-19.6», Anabasis, traduzido por de Sélincourt, Aubrey
- Arriano (1893), «Section 21: Capture of the Rock of Chorienes», Anabasis, 4b, traduzido por Chinnock, E.J
- Grote, George (1856), A history of Greece, 12, John Murray, pp. 289, 290
- Horn, LT Bernd; Spencer, Emily, eds. (2012), No Easy Task: Fighting in Afghanistan, ISBN 9781459701649, Dundurn Press Ltd, p. 40
- Rhodes, P. J. (2011), A History of the Classical Greek World: 478 – 323 BC, ISBN 9781444358582, Blackwell History of the Ancient World, 11 2 ed. , John Wiley & Sons, p. 257
- Savill, Agnes (1990), «Chapter VI: The Rocks to the Hydaspes, Winter 328 to May 326 B.C.», Alexander the Great and His Time, ISBN 9780880295918, Dorset Oress Reprints Series 2, reprint, illustrated ed. , Barnes & Noble Publishing, pp. 90, 93