Kobus ellipsiprymnus

Como ler uma infocaixa de taxonomiaKobus ellipsiprymnus
Macho no Parque Nacional de Katavi
Macho no Parque Nacional de Katavi
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Subfamília: Reduncinae
Género: Kobus
Espécie: K. ellipsiprymnus
Nome binomial
Kobus ellipsiprymnus
(Ogilby, 1833)
Distribuição geográfica

Kobus ellipsiprymnus, conhecido popularmente por inhacoso ou piva em Moçambique e por quissema em Angola,[2] é uma espécie de antílope da família dos bovídeos. Podem ser encontrados na África subsaariana.[1] Seu nome em outras línguas costuma ser traduzido como cobo-de-meia-lua ou cobo-de-crescente, em referência ao formato de seus chifres.

Há várias subespécies, como o Kobus ellipsiprymnus unctuosus e o K. e. defassa, ambos denominados sim-sim.[3]

Chegam a medir 1,5 m de altura e pesar até 235 kg. Os machos possuem chifres grandes e bem desenvolvidos. O inhacoso é um animal herbívoro que se desloca em manadas de 12 a 30 animais. Machos e fêmeas vivem separados na maior parte do tempo, exceto na época de acasalamento. O período de gestação da fêmea do inhacoso é de 240 dias, e os filhotes normalmente nascem no Verão. O inhacoso é um excelente nadador, por isso sempre corre para a água quando há perigo. Seus principais predadores são os leões e os leopardos.

Nomenclatura e taxonomia

A espécie foi descrita por William Ogilby em 1833 como Antilope ellipsiprymnus.[4] O epíteto específico ellipsiprymnus provem do grego ellipes (elipse) e prymnus (região traseira), referindo-se a faixa branca elíptica na região traseira. Em 1840, Andrew Smith transferiu a espécie pra o gênero Kobus, recombinando-a para Kobus ellipsiprymnus.[5]

Até 37 subespécie já foram reconhecidas com base no padrão da pelagem, divididas em dois grupos principais, ellipsiprymnus com 8 subespécies e defassa com 29. [6] Em 1971, Ansell revisou o número de subespécies reduzido para treze (4 no grupo ellipsiprymnus e 9 no defassa).[7] Em 2005, o Mammals Species of the World manteve a revisão de Ansell como válida:

  • Grupo K. e. ellipsiprymnus: encontrado no sudeste da África, ocorrendo do sul da Somália a África do Sul (KwaZulu-Natal) e no interior até Gregory Rift e Botsuana. Inclui as subespécies:
    • K. e. ellipsiprymnus (Ogilby, 1833)
    • K. e. kondensis Matschie, 1911 (inclui K. e. lipuwa e K. e. kulu)
    • K. e. pallidus Matschie, 1911
    • K. e. thikae Matschie, 1910 (inclui K. e. kuru e K. e. canescens)
  • Grupo K. e. defassa: encontrado a oeste do Gregory Rift, ocorrendo da Etiópia a oeste até o Senegal e ao sul até a Zâmbia. Inclui as subespécies:
    • K. e. adolfifriderici Matschie, 1906 (inclui K. e. fulvifrons, K. e. nzoiae e K. e. raineyi)
    • K. e. annectens Schwarz, 1913 (inclui K. e. schubotzi)
    • K. e. crawshayi P. L. Sclater, 1894 (inclui K. e. uwendensis, K. e. frommiand e K. e. münzneri)
    • K. e. defassa Rüppell, 1835 (inclui K. e. matschiei e K. e. hawashensis)
    • K. e. harnieri Murie, 1867 (inclui K. e. avellanifrons, K. e. ugandae, K. e. dianae, K. e. ladoensis, K. e. cottoni, K. e. breviceps, K. e. albertensis e K. e. griseotinctus)
    • K. e. penricei W. Rothschild, 1895
    • K. e. tjäderi Lönnberg, 1907 (inclui K. e. angusticeps e K. e. powelli)
    • K. e. tschadensis Schwarz, 1913
    • K. e. unctuosus Laurillard, 1842 (inclui K. e. togoensis)

Alguns pesquisadores reconhecem apenas duas subespécies válidas, Kobus ellipsiprymnus ellipsiprymnus e Kobus ellipsiprymnus defassa com base em diferenças na região traseira, no padrão da pelagem e na distribuição geográfica, separadas pelo Gregory Rift, ocorrendo sobreposição apenas no Quênia e norte da Tanzânia.[8][9][1]

Referências

  1. a b c IUCN SSC Antelope Specialist Group. (2016). «Kobus ellipsiprymnus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T11035A50189324. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T11035A50189324.enAcessível livremente. Consultado em 30 de Janeiro de 2022 
  2. «Governo de Angola» (PDF) 
  3. A Fauna (Lisboa: Europa-América, [1971]), red. Felix Rodriguez de la Fuente et al., trad. A.M. Nunes e C. Nunes, Vol. 11, p. 151.
  4. Ogilby, W. (1833). «Characteres of a new species of antelope». Proceedings of the Zoological Society of London. 1833 (1). 41 páginas 
  5. Smith, A. (1840). Illustrations of the Zoology of South Africa - Mammalia. Londres: Smith, Elder and Co. 
  6. Allen, G.M. (1939). «A checklist of African mammals». Bull. Mus. compo Zool. Harv. 83: 1-763 
  7. Ansell, W.F.H. (1971). Meester, J.; Setzer, H.W. (eds.), ed. The Mammals of Africa: an Identification Manual. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press. pp. 41–42 
  8. Lorenzen, E.D.; Simonsen, B.T.; Kat, P.W.; Arctander, P.; Siegismund, H.R. (2006). «Hybridization between subspecies of waterbuck (Kobus ellipsiprymnus) in zones of overlap with limited introgression». Molecular Ecology. 15: 3787-3799 
  9. Spinage, C.A. (2013). Kingdon, J.S.; Hoffmann, M. (eds), ed. The Mammals of Africa. VI. Amsterdã: Academic Press. pp. 461–468 
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